Cerca de 150 profissionais da rede de atendimento aos imigrantes de Americana e região participaram, nesta segunda-feira (22), no Campus Maria Auxiliadora da UNISAL, de uma capacitação promovida pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) da Prefeitura de Americana, por meio da Política de Atenção aos Migrantes, Imigrantes e Refugiados e do Comitê MigraRe – Comitê Gestor Intersetorial de Atenção e Promoção aos Direitos Humanos de Imigrantes, Migrantes e Refugiados. No encontro, que prossegue até terça-feira (23), foram abordados os temas sobre trabalho escravo, tráfico de pessoas, entre outros, e a “Experiência Exitosa” do CAMI – Centro de Apoio e Pastoral do Migrante de São Paulo.
A diretora da Unidade de Assistência Social e Direitos Humanos, Beatriz Betoli Bezerra, representando a secretária da SASDH, Juliani Hellen Munhoz Fernandes, abriu o evento destacando a importância do trabalho desenvolvido e a troca de experiência entre os municípios. “É uma atividade crescente nos municípios a questão do imigrante. O trabalho tem avançado. Americana lançou, em maio, o Programa de Atenção e Promoção aos Direitos Humanos de Imigrantes, Migrantes e Refugiados, o MigraRe, com todo o apoio da gestão do prefeito Chico Sardelli, do vice Odir Demarchi, da secretária Juliani e das secretarias, justamente para poder aprimorar o atendimento a este público. Todos que aqui chegam e se instalam, passam a ser da cidade e precisam de acolhimento. Com a capacitação, pretendemos qualificar ainda mais a rede, fortalecer o trabalho intersetorial, possibilitando a troca de experiências entre os municípios e o apoio da equipe do CAMI”, disse a diretora.
As facilitadoras do CAMI, Carla Aparecida Silva Aguilar, assistente social e coordenadora do CAMI, e a doutora Bruna Rodrigues P. Lima, advogada do CAMI, abordaram os temas sobre a questão do trabalho escravo e tráfico de pessoas, saúde, educação, moradia, segurança, integração e inclusão social, empregabilidade, acesso e validação de documentos, a importância das redes socioassistencial e intersetorial.
“As políticas públicas e a legislação voltadas a migrantes, imigrantes e refugiados estão sendo aprimoradas e, com a troca de experiências dos trabalhos desenvolvidos nos municípios, estamos avançando, mas há muito o que ser feito ainda para melhorarmos o atendimento desta demanda. Todos que estão aqui nessa capacitação vieram de algum município e muitas famílias devem ter descendentes de imigrantes ou familiares que moram em outros países. Então, é importante falarmos das tradições, dos nossos avós, bisavós, tataravós. Vamos promover a inclusão de todos, como se fossem nossos parentes e amigos. É uma reflexão que devemos fazer. É importante falarmos dos imigrantes. Na Constituição, todos somos iguais e temos os mesmos direitos”, disse a coordenadora do CAMI.
O CAMI foi fundado em julho de 2005, em função do aumento de imigrantes que chegavam em São Paulo. “Pela necessidade, principalmente, do acolhimento aos bolivianos que vinham clandestinamente, iniciando, a partir daí, o combate ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, entre outras questões. O CAMI também contribui para a erradicação da pobreza, promove o trabalho decente e a igualdade social. Precisamos sensibilizar a sociedade brasileira para os direitos humanos dos imigrantes e refugiados, serem livres e com direitos em qualquer lugar do mundo”, disse Carla.
A “Capacitação em Rede: Atendimento aos migrantes, imigrantes e refugiados em situação de vulnerabilidade – Experiência Exitosa CAMI – Centro de Apoio e Pastoral do Migrante de São Paulo” prossegue nesta terça-feira (23), das 9h às 13h, no Campus Unisal, avenida de Cillo, 3.500, Parque Universitário.
Serão realizadas oficinas práticas – aplicação dos jogos; Somos Super; Mira Certa – um jogo sobre o trabalho digno no Brasil; Direitos e Silêncios – Versão Mulheres Imigrantes.
Além de Americana, estão participando representantes das cidades de Engenheiro Coelho, Hortolândia, Limeira, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Monte Mor, Nova Odessa, Santa Bárbara, Piracicaba, Santo Antônio de Posse, Rio das Pedras, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Representando a UNISAL, participou do evento o responsável pela missão institucional da Obra Salesiana de Dom Bosco, o irmão Victor Aladic de Melo. Os trabalhos contaram ainda com as participações de Marilza de Jesus Morais Silva, assistente social, técnica de Referência da Gestão do Trabalho da SASDH; Adriana Gomes dos Santos Soares, coordenadora de Política Públicas para Mulheres e Igualdade Racial de Americana; Alcimara Batalhão, responsável pelo Departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos; Maria Clara dos Santos Graciano, técnica de Referência da SASDH; profissionais da SASDH e demais secretarias, entre outros convidados.
Foto: Marilia Pierre
