Em 10 anos, número de eleitores idosos cresce 55% em Americana e região

 

O envelhecimento populacional reflete diretamente na dinâmica política da Região do Polo Têxtil (RPT), especialmente em municípios como Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa. Um levantamento realizado pelo LIBERAL com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou que, nos últimos 10 anos, houve um expressivo aumento de 55% no número de eleitores com 60 anos ou mais na região.

Atualmente, são 153,2 mil eleitores nessa faixa etária aptos a votar, em comparação aos 98,8 mil registrados em 2014. Esse aumento se traduz em uma significativa mudança no perfil do eleitorado, refletindo diretamente nas estratégias políticas e na atuação dos candidatos.

A professora Nerly, 70, moradora de Nova Odessa, que não abre mão do voto – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Segundo o TSE, dos 724,6 mil eleitores da RPT, 21% estão na faixa etária dos 60 anos ou mais. Esse percentual aumentou em relação a 2014, quando os idosos representavam 15% do eleitorado total.

Proporcionalmente, Americana lidera como o município da RPT com o eleitorado mais envelhecido, com 27% do total de votantes (181,5 mil) nessa faixa etária. Na sequência, estão Santa Bárbara d’Oeste, com 21%, e Nova Odessa, com 20%. Por outro lado, Sumaré registra 20% de eleitores idosos, enquanto Hortolândia possui 17%.

Essa tendência é explicada pelo processo de envelhecimento populacional, conforme dados do Censo 2022 do IBGE e projeções da Fundação Seade. Municípios como Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa apresentam uma população cada vez mais idosa, o que impacta não apenas o perfil eleitoral, mas também demanda serviços públicos específicos, como unidades de saúde.

Com o crescimento do eleitorado idoso, os candidatos e suas equipes de campanha têm direcionado esforços para atender às necessidades desse público. O especialista em marketing político Wilson Pedroso destaca a inclusão de pautas como qualidade de vida, saúde e perspectivas para a terceira idade nos programas de governo. A conquista do voto desse segmento é considerada estratégica, uma vez que muitos idosos influenciam a decisão de familiares.

Para alcançar os idosos, as redes sociais, rádio e televisão são consideradas ferramentas-chave, especialmente devido ao hábito desse público de buscar informações em telejornais. Além disso, a interação direta, como visitas a associações de terceira idade, é fundamental para estabelecer vínculos e conquistar votos.

A polarização política tem sido um fator motivador para os idosos continuarem participando ativamente do processo eleitoral, mesmo após não serem mais obrigados a votar aos 70 anos. Esse engajamento é refletido na fala da professora Nerly Saad, de 70 anos, que enfatiza a importância da participação política para construir um país melhor. Já o motorista Elias Rodrigues da Silva, de 73 anos, ressalta que, apesar de considerar não votar mais, a polarização o fez reconsiderar sua posição, destacando a necessidade de participação para evitar decisões indesejadas.

Assim, o aumento do eleitorado idoso na região traz novos desafios e oportunidades para o cenário político local, reforçando a importância da atenção e do compromisso dos candidatos com as demandas dessa parcela da população.

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