O Operador Nacional do Sistema (ONS) defende que as usinas termelétricas movidas a gás sejam acionadas antecipadamente em relação ao cronograma inicial para o ano, em razão da falta de chuvas em grande parte do país.
O ONS falou sobre a situação da geração de energia em nota publicada nesta terça-feira (20). O órgão reforçou que não há risco para o abastecimento, mas salientou que a falta de chuvas impacta o reservatório das hidrelétricas, principal fonte de energia elétrica no país.
Diante das dificuldades das hidrelétricas, as medidas alternativas devem ser acionadas, segundo o ONS. Entre elas:
“Acionamento de usinas termoelétricas a GNL [gás natural liquefeito] com despacho antecipado, como a antecipação para despacho da UTE Termopernambuco, já a partir de outubro de 2024”, afirma a nota.
O início da operação comercial dessa usina, a termelétrica Termopernambuco, estava prevista para 2026.
O ONS explicou que as medidas alternativas foram apresentadas ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, órgão do governo que acompanha a geração de energia.
“Com as chuvas abaixo do esperado, há uma menor disponibilidade de recursos hidráulicos, especialmente na região Norte do país, cuja contribuição para o atendimento à ponta de carga é fundamental. Dessa forma, para os períodos do dia de maior consumo de carga, que acontece à noite, especialmente, para os meses de outubro e novembro, o cenário exige a adoção de medidas operativas adicionais e de caráter preventivo, que foram apresentadas no começo de agosto ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico”, afirmou o ONS.
Mas o órgão fez questão de ressalta que não há risco para o abastecimento e que o país possui condições de dar conta da demanda de energia.
“Não há qualquer problema de atendimento energético, e o Sistema Interligado Nacional (SIN) dispõe de recursos suficientes para atender a demanda por energia”, pontuou.
Horário de pico em outubro e novembro
O horário que exige mais atenção do ONS é o período da noite. É quando há maior demanda de energia, ao mesmo tempo em que a geração por meio das usinas solares cai.
Durante a noite, o sistema conta, basicamente, com as usinas eólicas (que geram a depender da incidência e velocidade dos ventos) e das hidrelétricas. Com a falta de chuvas e a geração eólica inconstante, o ONS precisa acionar usinas mais “firmes”, como as termelétricas.
O operador destaca que, nos meses de outubro e novembro, será necessário adotar as medidas extras, que também envolvem:
Diminuir o uso das usinas hidrelétricas do subsistema Norte, para preservação dos recursos hídricos da região