Banco Central eleva juros pela primeira vez em dois anos

Em resposta à alta recente do dólar e às incertezas em torno da inflação, o Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, passando de 10,5% para 10,75% ao ano. A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), era esperada pelo mercado financeiro e marca a primeira alta desde agosto de 2022.

A Selic é um instrumento crucial para o controle da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Embora o IPCA tenha registrado uma leve queda de 0,02% em agosto, a situação é considerada temporária. O governo alerta que tarifas de energia subirão em setembro devido à bandeira tarifária vermelha e que a seca prolongada pode impactar os preços dos alimentos.

A inflação acumulada em 12 meses atingiu 4,24%, próxima do teto da meta de 4,5% estabelecida para este ano pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2024, a meta é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Contudo, previsões do mercado estão se tornando mais pessimistas, com a inflação esperada em 4,35% ao final do ano.

O aumento da Selic busca conter a inflação, já que juros mais altos encarecem o crédito, desestimulando a produção e o consumo. Embora o BC tenha aumentado a projeção de crescimento da economia para 2,3% em 2024, a expectativa do mercado é mais otimista, prevendo uma expansão de 2,96% do PIB.

A taxa Selic influencia as negociações de títulos públicos e serve como referência para outras taxas de juros. O aumento visa controlar a demanda excessiva que pressiona os preços, enquanto a redução anterior buscava estimular a economia. O próximo Relatório de Inflação do Banco Central, previsto para ser divulgado no fim de setembro, poderá trazer novas estimativas diante do cenário atual.

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