No último domingo (31), Americana lamentou a partida de Luiz Bertier, um ilustre morador que atingiu a admirável marca de 103 anos. Descendente de italianos e residente na região do Jardim São Domingos desde a infância, Bertier ganhou notoriedade ao ser destaque na Revista L Saúde e Bem-Estar, publicada pelo Grupo Liberal em outubro de 2020, onde compartilhou suas experiências e segredos para uma vida longa.
A filha única de Luiz, Elineia Bertier, uma professora aposentada de 75 anos, relatou ao LIBERAL que seu pai manteve uma boa saúde até a última onda de calor, em novembro de 2023. Nesse período, ele precisou ser hospitalizado devido à desidratação, permanecendo por dois dias sob cuidados médicos intensivos.
“Ele ficou no hospital por dois dias, tomando muito soro e fazendo inalação, voltou para casa, mas já estava sem apetite”, lamentou Elineia.
Luiz retornou ao Hospital São Francisco na última quinta-feira (28), onde, segundo sua filha, o estado de saúde deteriorou rapidamente. No sábado (30), Elineia passou seu último momento ao lado do pai, percebendo que ele estava se despedindo silenciosamente. “Eu pedia muito a Deus para que ele não sofresse, tivesse uma morte serena, e foi assim. Estava dormindo e parou de respirar. Quietinho, como sempre foi em vida”, compartilhou emocionada.
Os dados do IBGE de 2022 indicam que Americana possuía 24 residentes com 100 anos ou mais. Desde o Censo de 2010, esse número dobrou, refletindo uma tendência de aumento na longevidade da população local. No Brasil, 37.814 pessoas atingiram a marca dos 100 anos em 2022.
Em 2020, Luiz Bertier concedeu uma entrevista à Revista L aos 100 anos, demonstrando lucidez e boa saúde, apesar de alguns desafios físicos. Ele revelou que o segredo para uma vida longa estava em “ter sossego, não fazer extravagâncias e andar bastante”, além de destacar sua paixão por participar da feira semanal, ouvir partidas de futebol e torcer pelo Palmeiras.
Luiz Bertier, que na juventude interrompeu os estudos para ajudar a família, acumulou experiências trabalhando em indústrias têxteis e cultivando a terra na chácara da família. Conhecido por sua vaidade e por frequentar a Praça Comendador Muller aos domingos, Luiz deixa um legado de bondade e uma comunidade entristecida por sua partida.