Brasil lidera destruição de florestas tropicais em 2024, com incêndios como principal causa

Incendios florestais entre Miranda e Corumbá BR 262 e MS 184

O ano de 2024 registrou uma alarmante perda de cobertura florestal global, com destaque negativo para o Brasil, responsável por 42% da devastação das florestas tropicais primárias no planeta. Os dados são da plataforma Global Forest Watch (GFW) e revelam um cenário preocupante: pela primeira vez, os incêndios superaram a agropecuária como principal causa da destruição florestal, sendo responsáveis por quase metade das perdas globais.

No Brasil, 66% da área desmatada foi destruída por incêndios — um salto expressivo em relação ao ano anterior. Ao todo, o país perdeu 2,8 milhões de hectares de florestas primárias, dos quais 1,8 milhão foram consumidos pelas chamas. Em escala global, a devastação das florestas tropicais primárias alcançou 6,7 milhões de hectares, quase o dobro do registrado em 2023.

A destruição não compromete apenas os ecossistemas, mas também intensifica a crise climática. Os incêndios emitiram cerca de 4,1 gigatoneladas de gases de efeito estufa, agravando o aquecimento global e afetando a qualidade do ar em diversas regiões.

Outros países também enfrentaram situações críticas. Na Bolívia, a perda de floresta primária aumentou 200%, impulsionada majoritariamente por incêndios. Na África, a República Democrática do Congo e a República do Congo registraram recordes de destruição. Em contraste, Indonésia e Malásia demonstraram avanços significativos, reduzindo a perda florestal com políticas ambientais mais eficazes.

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