A CPFL Energias Renováveis, responsável pela Usina Hidrelétrica de Salto Grande, localizada em Americana, deu início nesta segunda-feira (5) a um processo estratégico de vertimento controlado dos aguapés presentes na represa, encaminhando-os para o Rio Piracicaba.
Este procedimento, autorizado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) em dezembro passado, tem como objetivo principal controlar o crescimento excessivo das plantas aquáticas na represa. Previsto para se estender por um período de 60 dias, o vertimento controlado vem como uma medida complementar à remoção mecânica regular já realizada pela usina.
O início da operação estava planejado para janeiro, mas devido às condições climáticas e a um incidente envolvendo a mortandade de peixes no Rio Piracicaba no início do mesmo mês, a Cetesb optou por adiar o início do processo.
O vertimento controlado implica na abertura das comportas da hidrelétrica de Salto Grande, permitindo que os aguapés sigam o curso natural das águas até o Rio Piracicaba. Esta ação resulta na fragilização das plantas aquáticas, reduzindo significativamente sua capacidade de sobrevivência e reprodução.
Segundo informações da CPFL, as macrófitas liberadas pela usina são diferentes das que já habitam o Rio Piracicaba, sendo mais frágeis e com baixa probabilidade de proliferação descontrolada ao longo do curso do rio.
Durante todo o processo de vertimento, a CPFL realizará um monitoramento ambiental rigoroso no Rio Piracicaba, visando garantir a manutenção dos padrões de qualidade da água e dos usos do rio, especialmente nas áreas de captação para abastecimento.
Em dezembro, aproximadamente 4% do espelho d’água da represa, o equivalente a 47 hectares, estava ocupado por aguapés. Esta medida surge em um contexto de preocupação com a qualidade ambiental da represa, que, em 2018, apresentava 24% de sua extensão coberta por estas plantas aquáticas, indicando possíveis problemas de poluição nas águas.
A degradação ambiental na represa é atribuída ao aporte de altas cargas orgânicas, consequência do uso e ocupação da bacia do Rio Atibaia. Este cenário propicia a colonização por macrófitas aquáticas, comprometendo parte do espelho d’água da Represa de Salto Grande.
A Usina Hidrelétrica de Salto Grande, também conhecida como Pequena Central Hidrelétrica (PHC) de Americana, operada pela CPFL, tem capacidade instalada de 30 Mega Watts, com três unidades geradoras de energia e um reservatório que ocupa uma área de 11,9 m².