A equipe jurídica que representa a família do empresário Roberto Mantovani, de Santa Bárbara d’Oeste, formalizou uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (5), com o intuito de reforçar a alegação de que ocorreram insultos por parte de Alexandre Barci de Moraes, filho do ministro Alexandre de Moraes.
Essa manifestação surge em resposta a um relatório da Polícia Federal (PF), que se baseou em imagens de câmeras de segurança para afirmar que Roberto teria agredido Alexandre Barci no aeroporto de Roma em 14 de julho deste ano. De acordo com o relatório, o empresário teria dado um tapa com a parte de trás da mão no rosto do filho do ministro.
Na petição apresentada, o advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho solicita a inclusão de um vídeo, gravado por um celular, no processo. Esse vídeo mostra Moraes retirando seu filho da proximidade da família de Santa Bárbara e pronunciando a palavra “bandido”. A petição também inclui uma análise técnica que, segundo a defesa, confirma a autenticidade do vídeo.
Segundo o advogado, o vídeo esclarece que, “no único momento em que o ministro Alexandre está presente e próximo dos investigados, nenhuma ofensa é direcionada a ele, nem mesmo ao seu filho”.
“Também fica muito evidente por meio dessas imagens que o ministro Alexandre, em momento algum, teve seu deslocamento impedido ou foi perseguido por qualquer um deles. Pelo contrário, fica claro que a presença do ministro tinha o propósito de afastar seu filho daquela situação, na qual ele insistia em proferir ofensas à Andréia Munarão [esposa de Roberto]”, afirma a petição.
De acordo com o relatório da PF, sete minutos após a suposta agressão, a família de Santa Bárbara e Alexandre Barci voltaram a se encontrar e a discutir. Nesse momento, Moraes teria afastado seu filho dos envolvidos.
Contudo, um “grande” carrinho de lixo, como mencionado pela polícia, bloqueou a visão das câmeras de segurança do aeroporto, dificultando a obtenção de imagens.
Quanto ao vídeo das câmeras de segurança de Fiumicino, que permanece sob sigilo, o ministro Dias Toffoli, do STF, decidiu mantê-lo em segredo ao prorrogar as investigações. Toffoli argumentou que a ampla divulgação das imagens não seria de interesse ou utilidade para o processo, já que as partes envolvidas são conhecidas e identificadas. Além disso, o vídeo inclui imagens de várias pessoas, incluindo menores de idade, que não têm relação com a investigação, e a exposição pública de suas imagens seria injustificada.
O advogado da família criticou essa decisão, argumentando que ela é contraditória, já que o relatório da PF contém as mesmas imagens e foi divulgado publicamente.
Veja o vídeo: