O Ministério de Minas e Energia deve anunciar hoje a decisão sobre o retorno do horário de verão no Brasil. O ministro Alexandre Silveira aguarda dados complementares do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre a viabilidade da medida ainda para este ano. De acordo com interlocutores do governo, a implementação ocorrerá apenas se for considerada “estritamente necessária”.
Em uma nota técnica divulgada em setembro, o ONS destacou que o retorno do horário de verão poderia aumentar a eficiência do Sistema Interligado Nacional, especialmente durante o horário de pico, entre 18h e 20h, quando a demanda por energia é maior. O estudo sugere que a medida poderia reduzir a demanda em até 2,9% e gerar uma economia de R$ 400 milhões no custo de operação entre outubro e fevereiro.
Durante reunião da Câmara de Monitoramento do Sistema Elétrico, o ONS alertou sobre a deterioração das condições de fornecimento de energia nos próximos meses, prevendo que a água disponível para as represas das hidrelétricas ficará abaixo da média histórica. No pior cenário, a energia armazenada nos reservatórios poderá ser 23,4% menor do que em março deste ano.
Neste mês, as contas de luz estão sob bandeira vermelha 2, refletindo o alto custo da eletricidade devido à estiagem. Apesar das preocupações, agentes do setor afirmam que não há risco de falta de energia, como ocorreu em 2021, embora os preços continuem elevados.
Além disso, o ONS indicou que, se o horário de verão for mantido até 2028, poderá resultar em uma economia anual de R$ 1,8 bilhão, evitando acionamentos frequentes de termelétricas. A expectativa agora é para o anúncio oficial do governo, que pode impactar diretamente o consumo de energia no país.