Após uma sequência de oito anos com saldo positivo, a Prefeitura de Americana enfrentou um desafio em 2023, registrando um déficit orçamentário de R$ 38 milhões. Os números foram revelados pela Secretaria de Fazenda durante uma audiência na Câmara Municipal, realizada nesta quarta-feira (28).
A Secretária de Fazenda, Simone Inácio de França Bruno, destacou que o ano foi marcado por dificuldades financeiras, refletindo uma realidade não apenas local, mas também observada em outros municípios. “Foi um ano desafiador. Não é segredo para ninguém que foi um ano que nós tivemos algumas frustrações de receita, não só Americana, como todos os municípios de uma maneira geral. Quem acompanha o cenário econômico sabe disso”, afirmou.
Segundo Simone, o déficit é resultado direto da redução nos recursos transferidos para o município. Houve uma queda em duas importantes fontes de receita comparando-se os anos de 2022 e 2023: o ICMS, com uma diminuição de 5,35%, e o Fundeb, que registrou uma queda de 2,43%. Por outro lado, o FPM teve um aumento marginal de 1,54%.
No total, a arrecadação de Americana em 2023 foi de R$ 1.243.246.156, enquanto os gastos alcançaram R$ 1.281.328.309. A secretária justificou os gastos mencionando o crescimento do município, evidenciado por investimentos em obras de infraestrutura, como recapeamento e instalação de lâmpadas de LED.
O governo de Chico Sardelli (PV) encerrou o ano de 2023 com o primeiro déficit desde o início de sua gestão. Anteriormente, foram registrados superávits de R$ 94,3 milhões em 2021 e R$ 111,8 milhões em 2022.
Para o ano de 2024, Simone assegurou que o município está trabalhando em ações para reverter a situação e encerrar o período com saldo positivo. Entre as medidas adotadas, estão iniciativas para ampliar a arrecadação, como a melhoria no recebimento da dívida ativa e a implantação do Pix para o IPTU.
Destaca-se que o último ano em que Americana registrou déficit foi em 2014, durante a gestão de Diego De Nadai. Simone também mencionou a implementação de novas propostas para acordos de pagamento de precatórios, visando reduzir a dívida consolidada do município. “O que compete a nós, município, neste momento, estamos fazendo”, ressaltou.